Seleção de bactérias para a prevenção de fusariose em pimenta-do-reino

Luc Felicianus Marie Rouws, Dayane Pereira de Souza

Resumo


A fusariose, causada pelo fungo Fusarium solani f. sp. piperis, é a principal doença fúngica que afeta a cultura de pimenta-do-reino no Brasil e seu controle é um desafio. O presente trabalho tem por objetivo a seleção de isolados bacterianos para o controle do patógeno de pimenta-do-reino F. solani f. sp. piperis (FSSC31). Avaliou-se o efeito Inibidor (Ei) de 14 isolados bacterianos, pré-selecionados a partir de uma coleção de 251 isolados de rizosfera de cana-de-açúcar (RC), frente ao fungo mediante testes de confronto entre cada isolado bacteriano e o fungo em placas de Petri. Os isolados foram caracterizados filogeneticamente até o nível de gênero, mediante análise de sequência do gene 16S rRNA. Cinco isolados com porcentagens de efeito inibidor variados (RC20, Ei=62,41%, Aneuribacillus sp.; RC59, Ei=32,43%, Burkholderia sp.; RC141, Ei=59,95%, Bacillus sp.; RC143, Ei=5,41%, Brevibacillus sp. e RC159, Ei=12,78%, Pseudomonas sp.) foram testados em experimento com mudas de pimenteira (Piper nigrum cv Bragantia) no intuito de avaliar sua capacidade de proteger a planta contra a doença. O experimento foi montado em tubetes com uma mistura de substrato comercial com solo,  com delineamento com cinco blocos e oito tratamentos e seis plantas por parcela. Os tratamentos foram: T1=Controle não inoculado; T2=inoculado com FSSC31; T3=FSSC31+RC20; T4=FSSC31+RC59; T5=FSSC31+RC141; T6=FSSC31+RC159; T7=FSSC31+RC143 e T8=FSSC31+Mistura dos isolados.  Foram usadas mudas pré-brotadas e enraizadas a partir de cortes de ramos de pimenteira, com um ou dois nós. As mudas foram inoculadas com bactérias por imersão em uma suspenção bacteriana durante uma hora e então transplantadas para os tubetes previamente contaminado com o fungo. As mudas foram avaliadas e acompanhadas até a manifestação do fungo ou ausência do mesmo, A sobrevida das plantas após 26 dias após a inoculação foi de 93% para T1, 16% para T2, 10% para T3, 6,6% para T4, 10% para T5, 6,6% para T6, 10% para T7 e 6,6% para T8. No presente trabalho, as bactérias testadas não foram capazes de proteger as plantas de pimenteira contra a mortalidade por fusariose. Pretende-se realizar novos testes com os demais isolados bacterianos não selecionados na primeira etapa do experimento, e, possivelmente, com a utilização de novos métodos de inoculação com diferentes dosagens do fungo FSSC31.

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