Desenvolvimento de inoculante líquido contendo Rhizobium tropici e bactérias promotoras de crescimento para a cultura do feijoeiro comum

Veronica Massena Reis

Resumo


A cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) possui um sistema de produção de alto custo, principalmente, devido uso de insumos, como o de fertilizantes nitrogenados. No Brasil, a leguminosa ocupou uma área em torno de 2,9 milhões de hectares na safra 2021/2022, produzindo aproximadamente 3 milhões de toneladas ano. Uma alternativa para a redução e/ou substituição do uso de fertilizantes nitrogenados e contínuo aumento de produtividade da cultura é a técnica de co-inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento. Um dos grandes gargalos de uso de inoculantes líquidos na cultura é a baixa sobrevivência do Rhizobium tropici nestas formulações.  O objetivo deste trabalho será de desenvolver inoculantes poliméricos com alta sobrevivência celular e tempo de prateleira de seis meses contendo Rhizobium tropici e estirpes selecionadas de bactérias promotoras de crescimento e com atividade biocontroladora de doenças para aplicação no feijoeiro comum. O estudo será desenvolvido em duas etapas, a primeira etapa será desenvolvida uma nova formulação de veículo líquido para aplicação de células de Rhizhobium tropici (BR322), Azospirillum baldaniorum (BR11005), Bacillus subtilis (BR10788) e Paraburkhoderia nodosa (BR10141). Nessa etapa, será feito primeiramente, a curva de crescimento bacteriano. Posteriormente, serão desenvolvidos cinco inoculantes poliméricos: 1 - GX + Rhizobium tropici (GX-Rt), 2 - GX + Rhizobium tropici + Azospirillum baldaniorum (GX-Rt+Ab), 3 - GX + Rhizobium tropici + Paraburkhoderia nodosa (GX-Rt+Pn), 4 - GX + Rhizobium tropici + Bacillus subtilis (GX-Rt+Bs) e 5 - GX + Rhizobium tropici + Paraburkhoderia nodosa + Bacillus subtilis (GX-Rt+Pn+Bs), e verificação do teste de prateleira pelo período mínimo de 210 dias e com coletas mensais.  Os experimentos em casa de vegetação utilizaram os inoculantes desenvolvidos para avaliação da eficiência simbiótica e desenvolvimento de plantas.  Também será testado a planta controle e as plantas inoculadas com as diferentes formulações na presença ou não de doenças do feijão, como a Murcha de Fusário (Fusarium oxysporum) e a podridão radicular seca (Fusarium solani) além da avaliação do desenvolvimento e crescimento radicular de plantas. A segunda etapa consiste na realização dos experimentos de campo, avaliando a eficiência dos inoculantes no sulco de plantio e aplicação via foliar dos inoculantes, em áreas de produção comercial e na área experimental da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás-GO. Serão utilizados cultivares de feijão o BRS Pérola, recomendado para safra de inverno e BRS Notável, recomendado para safra das águas.  Os experimentos de campo são a parte final dos testes de eficiência agronômica, onde serão avaliados os parâmetros de nodulação, crescimento, produção de grãos e N-total. Espera-se desenvolver inoculante líquido com estirpes comerciais de Rhizobium tropici e promotores de crescimento vegetal, bem como, garantir a estabilidade bacteriana de no mínimo seis meses e finalizar com os dados de eficiência agronômica para fins de recomendação de produto dentro das regras vigentes do MAPA.

Palavras-chave


Phaseolus vulgaris L., fixação biológica de nitrogênio, bactérias promotoras de crescimento

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