Avaliação de densidade de propágulos na implantação da cobertura viva de Diodia saponariifolia e a comunidade de espontâneas associada.

Mariella Camardelli Uzeda

Resumo


Um dos maiores obstáculos no processo de transição agroecológica é o controle de espontâneas devido a demanda de mão de obra. Apesar dos comprovados danos causados a saúde e ao meio ambiente, o uso de herbicidas tem poucas alternativas viáveis. Nesse sentido, o uso de cobertura viva tem sido apontado como forma de controle de espontâneas reconhecidas como competidoras agressivas, como as Poaceas e Ciperáceas. A Diodia saponariifolia, da família Rubiaceae, foi notada por produtores rurais, do município de Cachoeira de Macacu RJ, que buscavam alterativas ao uso de herbicidas. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o estabelecimento de D. saponariifolia e a comunidade de espontâneas associadas a ela, em cultivos com diferentes densidades e distribuição de propágulos. No campo experimental da Embrapa Agrobiologia, foram avaliados os seguintes tratamentos: T1) 72 propágulos/m2 em um único núcleo, T2) 144 propágulos/m2 em um único núcleo, T3) 144 propágulos/m2 divididos em dois núcleos de propagação e T4) sem D. saponariifolia, como testemunha. Cada um dos tratamentos possui 5 repetições em parcelas de 2 X 2m. A cobertura e a altura da biomassa de D. saponariifolia foram avaliadas mensalmente, a partir dos 161 dias de plantio. A cobertura foi avaliada a partir de fotos tiradas com drone, a cerca de 4 m de altura, e processadas no software Canopeo, que avalia o percentual de cobertura das parcelas. A altura da biomassa foi feita usando uma trena em 4 pontos de cada uma das parcelas. A comunidade de espontâneas foi avaliada aos 40, 205, 291 e 373 dias após o plantio. Comparando as médias dos percentuais de cobertura D. saponariifolia é possível notar que T1 apresentou o melhor desenvolvimento vegetativo com 29,2% de cobertura, seguido de T3 e T2, com 20,6% e 20,0% respectivamente, considerando os resultados obtidos no mês fevereiro, quando D. saponariifolia alcançou o pico de cobertura a partir do plantio. A comunidade de plantas espontâneas apresentou uma maior riqueza de espécies no T2 (11 espécies), enquanto o tratamento testemunha apresentou 8 espécies, porém com a ampla dominância de Panicum maximum.


Palavras-chave


Cobertura viva, plantas espontâneas, Diodia saponariifolia

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