Análise Econômico-Ecológica de quatro agroecossistemas de bases agroecológicas na região metropolitana do município de Rio de Janeiro

Cristhiane Amancio

Resumo


A resiliência dos processos da agricultura urbana, contrapõem às teorias sobre a extinção do campesinato. Portanto, a crescente necessidade de estabelecer linhas analíticas sobre o desenvolvimento e organização das sociedades agrárias, é fundamental para um futuro racionalmente ecológico, e sustentável, para a capital fluminense. A Embrapa Agrobiologia, em conjunto a AS-PTA, e Fiocruz Mata Atlântica, iniciou uma análise exploratória em 4 agroecossistemas na região metropolitana visando compreender as estratégias de incorporação de inovações para a afirmação de uma identidade de agricultura urbana. Três dos agroecossistemas ficam na colônia Juliano Moreira em Jacarepaguá, enquanto o quarto está no Quilombo Astrogilda Cafundá, no Parque Estadual do Maciço da Pedra Branca, em Vargem Grande. O Método de Análise Econômico-Ecológica de Agroecossistemas (LUME) foi usado como um caminho para o diagnóstico, e compreensão das estratégias de reprodução social, econômica e cultural das famílias. Através de entrevistas semiestruturadas, foi possível a coleta de dados qualitativos que trazem luz sobre a trajetória, produção, e compreensão das lógicas de manejo dos agroecossistemas e promover a auto reflexão sobre as escolhas de práticas e tecnologógicas por parte dos agricultores. Os agroecossistemas foram desenhados de forma coletiva, com cada núcleo de gestão de agroecossistema (NSGA). Juntamente aos dados coletados na entrevista, a modelização permite visualizar com maior eficiência os fluxos de renda monetária, de autoconsumo, e de trocas, bem como os fluxos de insumos, e produtos entre os agroecossistemas. As relações de trabalho também podem ser compreendidas neste formato de visualização. A pesquisa no NSGA de Vargem Grande, devido ao seu nível de desenvolvimento, já foi feita a análise de dados quantitativos, demonstrando o impacto dos fluxos econômicos tratados pelo LUME, na produtividade final de um núcleo familiar. O período de pandemia inferiu mudanças na lógica de mercados deste NSGA, foi a proibição de feiras ao ar livre, criando-se esquemas de circuitos curtos de comércio. Portanto, conclui-se que o LUME expõe as matrizes organizacionais dos agroecossistemas em função do tempo, bem como as estratégias criadas, ou adotadas pelos agricultores, frente a diferentes adversidades, e limitações. Estão sendo feitos encontros, para o fortalecimento das parcerias entre as instituições citadas, para a convergência de ações da Embrapa, com experiências já desenvolvidas pelo núcleo técnico da  Fiocruz, e AS-PTA, para maior soberania, e segurança alimentar dos agroecossistemas em pesquisa. Por fim, após esta etapa entendeu-se que o método e a estratégia de intervenção permitiu o redesenho dos agroecossistemas para incluir novas formas de produzir de forma mais sustentável, sendo organizado portanto compromisso interinstitucional para dar seguimento às atividades. 

Palavras-chave


Agroecossistema; LUME; Agrário

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