Agricultura Urbana e Periurbana como promotora de ilhas de Serviços Ecossistêmicos na Região Oeste do Rio de Janeiro.

Mariella Camardelli Uzeda

Resumo


A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em seu Programa  “Growing Greeener Cities“  considera Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) num contexto agroecológico, como estratégia de governança, que promove a segurança alimentar com acesso a alimentos seguros e saudáveis, geração de renda de forma sustentável, resultando em saúde da comunidade entre outros impactos positivos. Esse trabalho propõe que os sítios e quintais, em suas múltiplas escalas, possibilitam a formação de ilhas de serviços ecossistêmicos (SE), favorecendo o entendimento de interfaces ecossistêmicas urbano-rural e suas possibilidades para o planejamento de uso do solo e bem-estar humano. Neste sentido três hipóteses foram formuladas. I. Os SE promovidos pela agrobiodiversidade na AUP contribui para conservação de abelhas nativas e manutenção da polinização, importantes também para a manutenção dos fragmentos florestais de Mata Atlântica existentes na área de estudo. II. A AUP com base agroecológica, em suas múltiplas escalas, promove a conservação da agrobiodiversidade e seus ativos para Segurança e Soberania Alimentar. III. AUP de base agroecológica em suas diferentes escalas, tem relevante influência quanto à relação da diversidade funcional da fauna do solo no sistema. Para testar estas hipóteses, formulou-se como objetivo geral a Avaliação dos SE na AUP de três áreas na Região Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, sob influência de importantes remanescentes florestais como o Maciço da Pedra Branca, abrangendo áreas da Baixada de Jacarepaguá até Guaratiba. A escolha da localização se dá pela sua importância histórica que a região teve no abastecimento da cidade quando de sua origem, e que até os dias atuais possui produtores em atividade, muitos deles oriundos de comunidades tradicionais. A caracterização das áreas será realizada segundo em função da densidade urbana na escala da paisagem, usando dados do IBGE e imagens de Sensoriamento Remoto. As propriedade selecionadas para amostragem serão caracterizadas quanto a cobertura vegetal, tipo de estabelecimento (sítio ou quintal) e práticas de manejo adotadas. Espera-se trabalhar com um total e 10 produtores, sendo 5 em área de menor densidade urbana e 5 em área de maior densidade urbana. Serão avaliadas diversidade funcional das espécies cultivas e espontâneas dentro do sistema, de abelhas nativas e da fauna do solo. Espera-se encontrar dentro do sistemas de cultivos urbanos de base ecológica interações “facilitadoras” entre comunidades de insetos e plantas, capazes de fazer dos cultivos ilhas de SE para os fragmentos de mata atlântica existentes no entorno

Palavras-chave


Agrobiodiversidade, Polinizadores, Fauna do solo.

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