Avaliação do potencial produtivo e fixação biológica de nitrogênio em diferentes variedades de cana-de-açúcar como suporte para produção sustentável.

Resumo

A cultura da cana-de-açúcar assumiu papel de destaque diante da busca por fontes renováveis de energia, sendo uma grande alternativa a utilização de combustíveis fósseis e é um dos alicerces econômicos de nosso país desde a colonização, gerando renda para milhares de trabalhadores. Mesmo que a aplicação de N-fertilizantes na cana seja menor do que a observada em outras culturas no Brasil, a vasta área colhida, 8,4 milhões de hectares torna o montante de N aplicado expressivo. Nesse contexto, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) surge como uma alternativa para economia em N-fertilizantes, diminuindo o custo de produção, como também riscos ambientais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar parâmetros de produtividade de colmos e porcentagem de N derivado do ar (%Ndda) em 3 variedades de cana-de-açúcar (RB867515, RB92579 e SP813250) utilizando a técnica de diluição isotópica de ¹⁵N. Trata-se de um experimento de longo prazo conduzido sem a aplicação de N-fertilizantes desde 1989, em tanque de concreto (120m²), preenchido com um Argissolo pobre em nutrientes, principalmente N. O penúltimo ciclo de cultivo iniciou-se em 2014 e a terceira soqueira foi colhida antecipadamente, aos 10 meses, no dia 11 de dezembro de 2018, devido a fortes tempestades que ocorreram naquele ano. O rendimento de massa fresca do colmo teve um valor médio de 88 Mgha^-1/ha, variando entre 99 Mgha^-1 (RB867515) e 76 Mgha^-1/há (RB92579). As plantas acumularam entre 98 kgNha^-1 (SP813250) e 77 kgNha^-1 (RB92579). O valor médio da contribuição da FBN nas variedades foi de 38% do N acumulado pelas plantas. A fixação biológica de nitrogênio manteve importante contribuição como um suporte para a produção sustentável desta cultura no Brasil. As pesquisas continuam com um novo ciclo onde a fertilidade do solo foi totalmente corregida.