Análise Econômica e Ecológica de Agroecossistemas como ferramenta de diagnóstico e planejamento das Unidades Familiares de Produção

Resumo

A análise de Agroecossistemas é uma ferramenta que permite reunir informações sobre aspectos socioambientais, econômicos, técnicos e culturais da gestão das unidades produtivas tendo como foco o entendimento dos fluxos e dinâmicas que ali se realizam. É um marco conceitual e metodológico que valoriza comparativamente os resultados dos Agroecossistemas, aprimorando as capacidades coletivas para a gestão de conhecimentos indispensáveis à promoção do desenvolvimento rural (AS-PTA, 2001). Foi realizado o diagnóstico de dois Agroecossistemas na baixada Fluminense do Rio de Janeiro, com o objetivo de exercício e “experimentação metodológica”. O primeiro Agroecosistema estudado se caracteriza por uma unidade familiar de produção orgânica certificada, gerenciado por uma família composta de um casal e três filhos, se subdividindo em sete subsistemas de produção, observado a divisão de trabalho por gênero e por demanda de trabalho nas áreas, assim como a relação de trocas não monetárias de trabalho, renda e produtos junto ao território. O segundo Agroecossistema se caracteriza por uma unidade de produção não familiar convencional, gerenciada por um dos proprietários com ajuda de trabalho terceirizado, existindo dois subsistemas de produção, sendo as trocas exclusivamente monetárias, observando pouca inserção no território. Os dados econômicos e sociológicos das unidades foram levantados e a partir da descrição e análise econômica, sugere-se que no primeiro Agroecosistema familiar a estabilidade e sustentabilidade financeira se mantêm a partir da diversificação dos subsistemas, assim como o baixo custo de encargos dos mesmos, o que resulta em conjunto com a diversidade de produtos em cada subsistemas um resultado econômico alto de renda sobre o Valor Agregado (VA); já no segundo Agroecossistemas sugere-se que a especialização em dois subsistemas, com valor de consumo intermediário maior que o primeiro, mas que mantém um nível de renda bom devido a escala da produção, além de um custo consideravelmente maior do encargos. Espera-se que esta metodologia se torne uma ferramenta de ação para planejamento das unidades familiares de produção, de olhar para a realção entre as propriedades familiares e seu entorno bem, como de fortalecimento dos territórios.